quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

O VELHO CORONEL- pequenas historias de Tia Neiva.




 RESUMO MANTENDO-SE O CONTEUDO PARA SER LIDA OU CONTADA PARA PAJES.           

Esta “Pequena História de Tia Neiva” mostra como um Espírito sofre quando desencarna em desajuste. Lia com atenção e discuta com seu grupo.


Certo dia, Tia Neiva estava sentada no Astral com pai Joaquim das almas de Enoque quando um Espírito masculino andava de um lado para outro sem sossego. Tia quis saber quem era aquele homem e Pai Joaquim lhe disse que era Eugênio Frazão e  tinha sido um Coronel dos bons tempos. O Espírito se aproximou e cumprimentou. Depois quis saber se Tia era “viva” e Pai Joaquim respondeu, descontraidamente, que somos todos vivos e completou informando que Tia Neiva por suas  grande mediunidade estava ali com eles.
O Espírito, então, começou  a contar sua história:
“-Sou um pobre homem louco...Sou recém-chegado. Tenho apenas 9 anos de desencarne. Vivia naquele pântano pedindo a Deus que me deixasse sucumbir lá. Fui bem casado, tive dois filhos: um homem e uma mulher. Ergui uma pequena Vila com amor e harmonia, esta Vila logo se transformou em uma cidadezinha e eu não sabia que Deus tinha me concedido tudo para ajudar àquela gente, naquele tempo difícil. Todos me respeitavam e tudo teria dado certo se eu não tivesse escutado meu secretário, espécie de ordenana, que era muito ligado ao padre do lugar. Ele me avisou que tinha chegado um curandeiro, que estava fazendo trabalhos. Sem pensa, mandei que fosse lá e mandasse o curandeiro parar com os trabalhos e não pensei mais no assunto e viajei para a capital por uns 60 dias para fazer alguns negócios. E assim,comecei na cidade grande a realizar meus negócios nas repartições públicas e numa delas esbarrei com uma moça e derrubei-lhe a pasta pedi desculpas e reconheci uma antiga namorada, Geruza, que partira para a França quando  seus pais a proibiram de se casar comigo, dizendo que eu não  merecia confiança. Geruza, filha muito obediente fez o que os pais exigiam. Na força que age sobre os que se amam, nos abraçamos e ficamos em seguida sem graça,pedimos desculpas e não lembro o que conversamos, mas, sei que, sentimos a crueldade da separação. Não marcamos outro encontro.
Retornei à Vila;  mas meu pensamento estava distante. Só pensava na Geruza (Meu Deus, o que fui fazer naquela repartição?) Oh!destino cruel! Interessante é que em nenhum momento senti diminuir o amor que sentia por minha esposa. Comecei a pensar nas muitas famílias que viviam na Vila e precisavam de mim...
Tia Neiva, falou com ele que o entendia e que “o amor é a única grandeza absoluta do Homem na Terra,o amor pelos filhos a fez amar todo o universo e que o amor das almas gêmeas permite a nascimento do amor incondicional no ser humano. Pai Joaquim até elogiou Tia dizendo que por ela ter aprendido muito na Terra estava falando coisas lindas.
Então, coronel, continuou:
“ Quando chegou à estação não tinha ninguém me esperando, apenas o secretário em quem eu confiava. Ele começou a me dizer que o curandeiro não me respeitava e continuava com seus feitiços. Por tudo que eu estava passando aquela notícia de enfureceu e mandei que prendesse o curandeiro e lhe desse uma surra em praça pública. O secretário, continuando com a maldade, disse que ninguém foi `estação porque meu netinho estava muito doente. Eu amava demais a criança e fiquei muito abalado. O que eu não sabia é que o curandeiro era um missionário que Deus, observando minhas atitudes de amor e ajuda àquele povo, colocara ali para evoluir os moradores da Vila e suavizar o encontro com o obsessor que era meu próprio pai.  Porém, preferi ouvir o secretário que me envenenou com sua conversa. Hoje, eu sei que o missionário só pode ouvir a voz do seu coração.
Quando cheguei em casa,  ouvia os tristes gritos do povo, certamente pela prisão do curandeiro. Meus familiares me imploraram para chamar o curandeiro para salvar o meu netinho que ardia em febre Peguei a criança nos braços e pensei que tudo seria simples se eu, que fiz tantas realizações, apenas com um gesto, uma palavra eu veria a criança morrer em meus braços. Estava muito desajustado! Minha nora percebendo que eu não deixaria buscar a ajuda do curandeiro; levantou-se e disse que ia buscar o mesmo. Não falei nada e saí correndo, pois um impulso violento me fez sair dali. Corri até sentir meu corpo leve e me transportei para os lugares onde meu pensamento me levava, até chegar aqui e saber que tinha morrido na mata. Então fiquei sabendo que tudo daria certo se eu não tivesse ouvido o ordenança: triste daquele que ouve os fuxiqueiros! Então soube que o curandeiro era meu pai, que foi instrumento para testar a minha humildade; e eu que me achava humilde, caí na primeira prova. Não me encontrei com o curandeiro para pedir perdão e desencarnei. Ele foi ter com Deus,  pois deve ter desencarnado devido á surra que mandei dar,  e eu fiquei aqui.”
  Pai Joaquim disse ao Espírito de Eugênio Frazão que ele se enganou, que o barulho do povo na praça era devido a uma velha que fazia graça e o ordenança não conseguiu chegar ao curandeiro com medo do povo. Disse que a nora encontrou o curandeiro e o netinho foi salvo e todos ficaram felizes até encontrar o seu corpo na mata. E, completou: “Você foi um homem muito honesto, e pense sempre nesta lição, para que não tenha mais que sofrer, para não mais julgar ou corrigir sem amar.